Saturday, September 6, 2025

 


SONETO AO AMIGO RAIMUNDO SANTANA

                              Francisco Miguel de Moura*

 

Raimundo Nonato Monteiro de Santana,

Amigo dos amigos, com um senso abençoado,

Por isto, muito forte e mais do que amado,

Produziu muitas obras... Tanto a força humana!

 

 Seu saber foi de estudo e de esforço redobrado,

Com voz forte, voz clara a ninguém enganou,

Os bons livros do mundo muito o clareou,

Jamais se viu sem força e nem sequer cansado.

 

Aos governos mostrava como ver o povo,

Dono de um viés em busca do que é novo,

Derrotou às carrancas, sem fazer ruído.

 

Raimundo Nonato vai  muito além do além,

Com gestos varonis, vibrando em fazer bem,

Em tudo, mostrou o novo, um fruto já crescido.

_____________

*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.

 

Sunday, August 31, 2025

 


DOR SEM NOME

            Francisco Miguel de Moura*

 

Minha dor é bem maior

Que a dor do mundo inteiro:

- Uma dor muda.

Minha dor é só minha, não posso reparti-la.

Quem pode me ajudar, quem pode ouvi-la?

Minha dor não brilha, é só fumaça.

Minha dor dói mais, que me ensurdece.

Dor que vem da alma e parte o coração,

Depois se volta para dentro a passos.

Minha dor sou eu, castigo sem pecado,

Me mói, me seca, me mutila.

Dor inominada que vive, revive, e nunca morre

viva, que morre e remorre e nunca morta nasce.

_____________

*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.

Thursday, June 19, 2025

 


HOMENAGEM a FRANCISCO MIGUEL MOURA  

     ( Maior  Voz da Literatura do  PIAUI)


LUZ DO SERTÃO LITERÁRIO

    (Soneto de Alberto Araújo)


Francisco, mestre em verso e coração,

No chão do Piauí fez moradia,

Plantou palavras, frutos de harmonia,

No tempo e na ternura da emoção.


Do Jenipapeiro à imensidão,

Sua pena constrói sabedoria,

Fez da poesia luz, filosofia,

E um canto eterno à terra e à paixão.


Hoje, aos noventa e dois, brilhas com glória,

És farol da memória nordestina,

E herdeiro fiel da nossa história.


A tua voz, que o tempo não declina,

Ecoa viva — na alma, na vitória,

De um povo que em teus versos se ilumina.

_____________ 

 P, S.  O FOCUS PORTAL CULTURAL, na pessoa de seu diretor Alberto Araújo, rende homenagens calorosas ao ilustre Francisco Miguel Moura, que neste dia 16 de junho de 2025 celebra 92 anos de vida e literatura. Nesta data significativa, reverenciamos não apenas o tempo vivido, mas a vastidão de uma obra que atravessa décadas com lucidez, beleza e compromisso com a cultura.

Natural do sertão piauiense, do lugar Jenipapeiro, hoje município de Francisco Santos — Chico Miguel, como também é carinhosamente chamado, é um dos nomes mais respeitáveis da intelectualidade nordestina e nacional. Poeta, ensaísta, cronista, romancista, jornalista e crítico literário, construiu uma trajetória pautada por um amor profundo às letras e ao seu Piauí natal.

Com formação em Letras pela Universidade Federal do Piauí e pós-graduação em Crítica de Arte pela Universidade Federal da Bahia, Francisco Miguel Moura é um mestre da palavra que sempre soube aliar erudição com sensibilidade. Fundador do Círculo Literário Piauiense e da revista Cirandinha, seu trabalho ultrapassa as fronteiras do Estado, dialogando com leitores e críticos do Brasil e de Portugal.

É ocupante da Cadeira nº 08 da Academia Piauiense de Letras, onde sucedeu Francisco da Cunha e Silva, e membro correspondente de instituições literárias prestigiadas como a Academia Mineira e a Catarinense de Letras. Sua presença ativa na imprensa, nas revistas e no rádio ao longo dos anos consolidou sua voz como referência cultural e formadora de gerações.

Casado com Maria Mécia Morais Araújo Moura, Francisco Miguel é também exemplo de dedicação à família e ao ofício da escrita. Aposentado do Banco do Brasil, dedica-se exclusivamente à leitura e à produção literária, oferecendo ao mundo obras que exaltam o amor à terra e ao ser humano, como mostram os volumes Um Canto de Amor à Terra e ao Homem e Fortuna Crítica.

Receba, mestre Francisco Miguel Moura, o nosso mais sincero abraço, repleto de gratidão e admiração. Que sua luz continue iluminando os caminhos da literatura brasileira. Parabéns pelos seus 92 anos de vida, sabedoria e poesia!  FRANCISCO MIGUEL MOURA, PARABÉNS!

Com carinho e respeito de "Focus Portal Cultural - RJ"

              Alberto Araújo, jornalista e poeta


Tuesday, June 17, 2025

 


NO DIA DOS NAMORADOS

                      Francisco Miguel de Moura*

 

Se os maus ladrões invadem nossas casas

e a rua onde passamos dia a dia

para o labor, pois que não temos asas,

que fazer pra alcançar nossa alegria?

 

Se nem falar, nas agonias grossas

podemos... Há alguém que nos espia

pra nos levar às grades. Culpas nossas?

Se um mau juiz nos pega e nos crucia?

 

Assim, vivemos tristes, na ilusão

de que nada da vida já nos resta.

E, em pensamento, um tempo da canção

 

nos chega, em dor... E o choro nos agrava

lembrando a namorada que destrava

nosso olhar, com amor no coração.

 

                  Teresina-PI, Dia dos namorados, 12.6.2025

__________

*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.

Sunday, April 27, 2025

 


DIA DO LIVRO - SONETO

                Francisco Miguel de Moura*

 

Dia do livro é um dia tão brilhante

Como o sol do saber pra humanidade

Pois a Bíblia, o primeiro, é um gigante

Que os demais são seus filhos sem vaidade.

 

Mas não basta exaltá-los, na verdade,

Pois precisam ser lidos com o fervor

Que vem de dentro, agrade ou não agrade,

Para encontrar o saber ainda em flor.

 

Eis que o leitor, abrindo-o, é quem se abre

À luz perene, ao corte do seu sabre,

Para que a vida se encha de vigor.

 

A paixão da leitura é pela paz,

Leva a força que vence e que é capaz

Pela esperança que conduz o amor.

___________

*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.

 

Thursday, April 17, 2025

 



INTERLAGOS - TROVAS PARA SOLON     

                          Francisco Miguel de Moura*                           

                   I

Solon tem uma fazenda

Onde estivemos um dia,

Depois do café, a agenda,

E ele próprio de guia.

 

Eu e ele (e a Mécia ia):

Um passeio de encomenda,

Em tão calma companhia,

Aos dois lagos e à fazenda.

 

Nunca vi tanta beleza!

Juntos a gente descia

A trilha, que por surpresa,

Ninguém cair não caía.

 

Água fresca para o banho:

Como a gente se extasia!

Oh! tempo bom sem tamanho,

Sol nascente, um belo dia!

 

 

Se houvesse tempo pro banho,

Oh! A gente banharia!

Assim mesmo, quanto ganho

Vendo a água que escorria.

 

Em dois, o lago se abria

E os peixes...  Quase eu apanho

Com a mão, que já tremia

Ao vento fresco tamanho!

 

Àgua limpa, sem arranho...

O morro ao longe extasia

E o cheiro da mata, o ganho

Que a fazenda oferecia. 

 

Descrevendo seu amanho,

Perguntei por sapo e jia,

Das que saltam e, em rebanho,

Cantam de noite e de dia:

 

- “Só na noite sem tamanho...

E os pássaros vêm de dia,

Eles cantam, com assanho,

Na madrugada mais fria”.

 

“Mais tarde vem o rebanho,

Todos cheios de alegria,

Buscando rações e amanho

Trazendo cantos de orgia.

 

Dias alegres...  Que ganho!

Tão logo que rompe o dia!

Quando é noite, já me apanho

Em Jaicós, minha guia”.

 

               II

Agora mudo de rima,

Pra mostrar o passadiço

E a gente não fica omisso...

Facas em cruz?...  Bem acima.

 

O sinal da paz que anima

A criatura... E por isso,

Saltamos os três, do clima,

Sem milagre, lembro disso.

 

Serviçal também havia

Pra fazer todo o serviço...

Uma porca já se via

E um cachorro roliço. 

 

 

Na casa cobra não ia

Por causa do passadiço

E da cerca que o seguia,

Pra não furar no enguiço.

 

Bastante perigo eu via,

Mas enfrentei sem feitiço,

Vencendo o perigo eu ia

Saltando em chão movediço...

 

De areia e pedra... Era isso

Que no outro lado havia.

Na volta, sem compromisso,

O mesmo salto eu fazia.

 

No salto pra dentro, ou isso,

Uma bela casa havia,

Casa limpa, por serviço

Do serviçal que o servia.

 

             III

 

Agora, pra terminar,

Deixo a rima noutro estado...

Sua viola vai tocar

E nós ouvindo a seu lado.

 

Tomamos cerveja e vinho

Ouvindo o tom-poesia...

Não preciso de adivinho

Pra dizer sua alegria.

 

Maior alegria, a nossa

Por tão poética poesia,

Alegre sem fazer mossa

Parou, voltar...Quem queria?

 

O dia estava em metade,

Voltamos naquele dia

Para o almoço de verdade

Que ele mandava e servia.

 

Solon tem tão alta estima

Por fazer tudo o que faz...

Muito obrigado! Não rima,

Mas é o que a gente traz.

 

Parabéns, grande Solon,

Com estes versos na mão,

Por tudo o que faz de bom

Por seu grande coração.

______________________

*Francisco Miguel de Moura, poeta e prosador, conhecido também

por Chico Miguel e amigo de José Solon Reis, um grande coração,

registrando um tempo bom que passou.

 

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