CONFESSO QUE SOU TRISTE
Francisco Miguel de Moura*
De tristezas sem
motivo
Que me chegam ao pelo, pelo vento,
Como a todos numa terra triste,
Entre risadas, chistes desmazelos.
As almas se enrugam
e envilecem
Na ferrugem das horas e lavras
Que inocentemente o relógio
Canta, decanta...E descarta.
Tristeza - “condition humaine”,
Carência de pintinho na chuva,
Ao pé da cerca, em tremor de frio.
Busco a galinha
como o pinto
No seu choroso tititi...
A minha é bem mais penas:
Descanso que se cansa,
Alegria que entristece,
Sonhos anoitecidos sem paixão
(onde morremos - seus pesadelos).
E, no último
suspiro, o abraço de Deus
E o desencanto do conto que passou.
__________
*Francisco Miguel de Moura, poeta
brasileiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário