UM PESADELO
Francisco Miguel de Moura*
Não sei se em mim nasci
insosso como quem não vê,
se tenho a cara encolhida
e estes olhos de sapo
numa dor seca e vil,
sem água nem chão.
Sem nenhum amigo,
sem me entristecer
do início ao além
do chão que não piso,
sem suor nem sangue.
Sem sinal de volta,
como estou perdido!
Bicho? Talvez triste,
não choro com lágrimas.
Fiz um trato comigo:
- Ficar reto e vivo
com um ventre sem dogmas,
neste avesso escandido.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta.
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