O MAL DO SONETO
Francisco Miguel de Moura*
Quis achar o começo
E não cheguei ao fim...
Por que não despeço
Cada passo ruim?
Quis o verso que teço
E me saiu chinfrim:
Seu tom, logo esqueço,
Se o poema é ter fim.
Da roupa, tive o frio,
Da cama, o travesseiro,
Da mulher, perco o cio:
E acordei-me solteiro,
E é com dor e alegria
Que enterro meu dia.
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*Francisco Miguel de
Moura, poeta do começo ao fim
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