DOR SEM NOME
Francisco
Miguel de Moura*
Minha dor é bem maior
Que a dor do mundo inteiro:
- Uma dor muda.
Minha dor é só minha, não posso
reparti-la.
Quem pode me ajudar, quem pode
ouvi-la?
Minha dor não brilha, é só fumaça.
Minha dor dói mais, que me ensurdece.
Dor que vem da alma e parte o
coração,
Depois se volta para dentro a passos.
Minha dor sou eu, castigo sem pecado,
Me mói, me seca, me mutila.
Dor inominada que vive, revive, e
nunca morre
viva, que morre e remorre e nunca
morta nasce.
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*Francisco Miguel de
Moura, poeta brasileiro.
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