A ESCOLA PADRÃO DO BRASIL
Francisco Miguel de Moura*
O
nosso tempo muito e rapidamente se transforma, muitas coisas e formas vão se
invertendo. Não é aqui o lugar de analisar por que assim acontece, há falta de
espaço. Mas aponto pelo menos uma que
vai servir de motivo para este artigo. Outrora, o Liceu Piauiense é que era o
padrão do ensino do Estado, um colégio oficial (Governo do Estado). Hoje, o
título pertence justamente ao D. Barreto, que é da rede de ensino privado. O Instituto
Dom Barreto, que mantém o colégio, desde muito é orgulho do Piauí pela
qualidade de seu ensino, do seu método, da sua administração, do corpo escolar
docente e discente. Com a notícia, na grande imprensa, de que o Colégio Dom
Barreto é o melhor do Brasil, pela avaliação do ENEM, censo esse que é nacional
e oficial, muita gente ainda não se conformou:
- Parece piada de papagaio dizer-se que a
melhor escola do Brasil fica no Piauí.
Essa
barbaridade foi dita por uma repórter isolada, na mídia. Isto só mostra má vontade
e preconceito que determinados meios demonstram ter com o povo do Piauí. Realmente
somos um estado pobre de recursos financeiros, mas rico de inteligência.
Certa
vez perguntaram ao ilustre Prof. Raimundo Santana, no curso de uma aula que
ministrava na Universidade de Brasília:
-
O que é que o Piauí exporta?
Sapiente,
o Prof. Raimundo Nonato Monteiro de Santana respondeu:
- Exportamos cérebros.
No
interior do Piauí, por onde tenho andado em cursos e palestras, na UESPI, na UFPI,
em colégios e associações literárias, na esteira do filósofo Prof. Santana,
tenho repetido sua resposta. E se insistem muito por um exemplo mais comezinho,
tradutor da realidade econômica urgente, eu respondo:
-
O Piauí exporta também saúde, vejam que somos (Teresina) um dos centros
nordestino onde a medicina está mais avançada. Por isto a nós recorrem
cearenses, maranhenses, paraenses, amazonenses e o povo dos antigos
territórios, assim como os do vizinho (embora distante) Tocantins.
Voltando
à mídia, houve um jornalista que sapecou na tevê:
- Não é possível que a melhor escola do
Brasil seja no Piauí, uma cidadezinha deste tamanho! – e mostrava pequena
brecha entre seu indicador e polegar, numa atitude de desprezo.
Ora,
nós é que devemos ter desprezo por ele e pela tevê que o veicula, por
mostrar-se um analfabeto de pai, mãe, irmãos e vizinhos
Um
índice não é apenas um índice, como essa classificação do Colégio Dom Barreto. Por
ele é que a macropolítica e a macroeconomia se orientam. Não há remédio,
contestem, refaçam os cálculos que quiserem: – o Colégio Dom Barreto já ganhou o
título e tudo indica que continuará a merecê-lo. Recentemente estive com a
Diretora, Profa. Stela Rangel, irmã do falecido Prof. Marcílio Rangel, o fundador
da instituição educacional e também uma espécie de Mecenas desta terra. E a
gente vê em seus olhos a satisfação, mas também em sua face, ao mesmo tempo
alegre e severa, o peso da responsabilidade. Outra coisa que não posso esquecer
é que o Instituto Dom Barreto, possui o maior e mais rico acervo cultural em
livros, revistas, jornais que se publicam no Brasil, para uso dos seus
professores e alunos. Parabéns, Dom Barreto!
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*Francisco Miguel de Moura, brasileiro, escritor, mora em Teresina,
Piauí, porque quer e porque gosta. Seu e-mail:
franciscomigueldemoura@superig.com.br
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