DENTRO
DE MIM
Dentro de
mim - em mi – sufoco
o mundo
que me entorna de visões:
Terror, temor,
a dor atravessando
o peito que
me dói, e rói, e os sons
de pipocos
dentro de minha alma.
E um trem
que vem e vai, torturador
avança sem
apito pra lugar nenhum.
Mundo de
ferra, feras, fornos a arderem,
imundo mundo...
Não me quis nascituro.
E vivi os tremores
terra, ar e água
e sempre e
sempre sinto e morro.
O tempo é só
fumo, fumaça, é fogo
e ferra, a
luz me vem de entranhas,
e as
estrelas caíndo aos nossos pés,
com mensagens
de terrores seminais.
E se a
guerra parar, ainda morro
desvairado,
sem braços e sem boca,
sem dentes,
cego, e nenhuma outra visão.
Eis o começo
do fim do fim mundo.
*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.
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