CURRAL NOVO -TROVAS
Francisco Miguel de Moura*
Numa
viagem que fiz
Ao centro de
meu torrão,
Confesso
fui infeliz
Por causa
da emoção.
Já escrevi
verso e prosa,
E não
escuto o riacho
Chamado de
“Tia Rosa”,
Que no
inverno era macho.
Digo sim,
quando chovia,
A noite
era mais formosa,
Aquela
música eu ouvia
Do “Riacho
de Tia Rosa”.
Curral
Novo, Curral Novo,
Curralinho
é que não és,
Do meu
tempo inda no ovo,
Depois,
com o chão nos pés.
Fugi e vim
pra rever,
E você não
vi nem vejo
Riacho e
casa vim ver
Caminho,
lajeiro e brejo.
Lembrava...Quando
menino,
Atravessando... Oh! Au! Au!
Apostava
meu destino
No meu
cavalo de pau.
Vim ver e
nada não vejo.
Pra onde
foi que fugiu
Vim vê-lo,
mas meu desejo
De todo
mesmo sumiu.
Sei que
com você vivi.
Por isto é
que fico triste.
Eu existo.
E percebi
Que aqui
nada mais existe.
Reencontro?
Mal insisto
Pra dizer
que não me abalo,
De pé, e
ainda despisto
Montando
noutro cavalo.
Que esta
trova ligeira,
Vai e vem,
marcha sem vau
Como na
marcha primeira
Do meu
cavalo de pau.
Adeus!
Digo sem chorar,
Que o
choro é uma coisa triste.
Pois nada
vele pensar
Que o que
existiu inda existe.
____________
*Francisco
Miguel de Moura, poeta brasileiro,
cantando
a terrinha onde primeiro pôs os pés
no
chão.
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