SONETO (da Rosa)
En que da moral censura a uma rosa
y en ella a sus semejantes.
Sor Juana Inés de la Cruz (1648 – 1695)
Rosa Divina que, em gentil cultura,
És, com tua fragrante sutileza,
Magistério purpúreo da beleza,
Ensinamento níveo à formosura.
Ameaça da humana arquitetura,
Exemplo de ilusória gentileza,
Em cujo ser uniu com natureza
O berço alegre e a triste sepultura.
Quão altiva em tua pompa, presumida,
Soberba, o risco de morrer desdenhas,
E logo desmaiada e
encolhida,
De teu caduco ser dás tristes senhas
Com que, com douta morte e néscia vida,
Vida e morte por teu ensino empenhas.
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Tradução de Francisco Miguel de
Moura, poeta brasileiro.
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